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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

QUAL SUA RELIGIÃO

Até algum tempo atrás, a pergunta mais freqüente era: “Qual é o seu time de futebol?”
HOJE A PERGUNTA É: “QUAL É A SUA RELIGIÃO?”
Depois da abertura das religiões no Brasil nos últimos anos, o que vemos hoje são pessoas e mais pessoas defendendo suas religiões como se fossem times de futebol. Torcem, brigam e fazem questão de tentar convencer o próximo a seguir o seu caminho. Geralmente são pessoas que tiveram um contato mais profundo com a religião somente depois de já adultas.
Muitos de nós, porém, recebemos desde criança os costumes religiosos de nossos pais e avós. Particularmente no Brasil, nas décadas passadas, a religião predominante era a Católica Apostólica Romana. Mas isto mudou. Com a crescente proliferação de denominações evangélicas e a abertura das pessoas para religiões e seitas anteriormente tratadas como “clandestinas” ou “secretas”, como o espiritismo e a maçonaria, deu-se lugar a uma grande e cada vez mais cotidiana discussão sobre a eficácia de suas doutrinas e dogmas.
Outro grupo que vem na disputa por um lugar ao sol aqui no novo continente é o das religiões orientais, como o budismo e o taoísmo. Disputa, diga-se de passagem, feita pelos homens, e não pelas divindades.
Mesmo podendo dizer que tenho uma religião, e que dela participo desde meus primeiros anos de vida, sou totalmente contra a imposição de meus dogmas a outras pessoas que já tenham os seus próprios. Igualmente me sinto violentado e desrespeitado quando alguém tenta me doutrinar em outra religião que não aquela que abracei e com a qual me identifico, embora eu tenha conhecimento de suas falhas, diante das quais também não me calo.
Acredito que podemos viver harmoniosamente, cada um com sua religião, seita ou fé, mas todos se respeitando e evitando atritos provocados por pontos discordantes.
Antes de qualquer religiosidade, a energia que de fato é a essência da vida, é a espiritualidade, seguida bem de perto pela FÉ, que temos (ou deveríamos ter) dentro de nós.
Quando homens e mulheres, velhos e crianças, descobrirem que somos iguais na natureza humana, então seremos capazes de eliminar discussões religiosas e ater-nos ao respeito pela vida e à fé no Ser Humano, mais particularmente nas PESSOAS, tendo mais respeito e confiança uns pelos outros.
Devemos separar caráter de religiosidade, fé de doutrina.
Caráter é como o amálgama de nossa conduta humana. É imutável. E moldado dentro de nós ao longo de nossa infância e adolescência.
Religiosidade é mutável. Mas é mais difícil de se mudar quando vem de uma forte transferência de valores culturais, costumes e tradições, familiares ou do ambiente em que nos desenvolvemos desde criança.
Fé é o acreditar em algo. A fé está dentro de cada ser humano, e pode ser mais ou menos forte, dependendo também de fatores psicológicos. Pode-se também ter fé em coisas boas ou ruins. Acreditar no visível, no palpável, é mais fácil. Ter fé no invisível requer disciplina, paciência e fidelidade a seus princípios.
Doutrina nos é imposta. Aceitamos ou não do jeito que ela é. É um conjunto de leis e normais que não foram criadas por nós, reles leigos. Acredito, no entanto, que seja válido que discutamos estas doutrinas, ou dogmas, mesmo entre pessoas de religiões diferentes. Desde que ambas as pessoas concordem em que algo está errado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

RELIGIÃO NOMES E COSTUMES

Etimologicamente falando, religião significa “religar”, no caso, religar o homem à Deus. Porém existem diversos credos, religiões e seitas. Cada uma tem seu modo de ver a vida, sua filosofia e seu modo de vida. Algumas são extremistas radicais, outras passam muita paz.

Vamos aqui citar algumas religiões e dizer, resumidamente, no que acreditam e como se portam. Lembramos que o Brasil é um país laico, ou seja, não há uma religião estatal que deva ser seguida obrigatoriamente por todos.

Cristianismo

Acreditam na existência de Jesus Cristo como filho de Deus, apesar de algumas interpretações diferentes. Existem duas linhas principais, uma é o catolicismo que acreditam em várias pessoas relacionadas à Jesus e outras que supostamente fizeram milagres, como santos. A segunda linha é o protestantismo, que só tem Deus como o único deus, ou seja, não existem santos ou imagens de adoração, porém acreditam que Jesus é filho de Deus e a forma humana do proprio Deus e além disso, que mediante sua morte e ressurreição trouxe salvação à humanidade. O protestantismo é um tanto complexo, pois existem subdivisões chamadas denominações e cada uma difere um pouco da outra em relação à doutrinas e etc.

Espiritismo

Acreditam em doutrinas espirituais, baseadas na comunicação com os mortos através de mediuns. Também crêem que existe reencarnação, ou seja, que depois da morte, sua alma volta ao mundo em outro corpo.

Judaísmo

É uma das mais antigas religiões. Se baseiam nas leis de Moisés e acreditam em Deus, porém não em Jesus. São um povo espalhado por todo o mundo e já sofreram muito como por exemplo no holocausto onde foram mortos vários judeus. Mantêm firmemente suas crenças e seus costumes, sendo que os ortodoxos são facilmente reconhecidos. Também tem divisões como os saduceus e Fariseus entre outras.

Candomblé

É uma religião afro-brasileira e chegou ao Brasil pelos escravos. São extremamente espirituais e acreditam nos orixás como deuses, apesar de algumas nações cultuarem apenas um deus. Seus cultos são baseados em rituais das mais diversas formas possiveis, variando de grupo para grupo.

Bem, ainda existem outras religiões que não foram citadas aqui. Buscamos reunir características das principais. Espero que tenha gostado. Até mais!

As religiões

2.0 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES

Desde os primórdios das civilizações, o homem, intuitivamente, traz consigo a idéia de algo superior a ele. No início tinha admiração e respeito pelos fenômenos da natureza e pelos elementos naturais como água, sol, lua, terra e posteriormente pelo fogo. A partir do fim da pré-história, o homem começou a agrupar-se em torno de uma idéia religiosa, tendo em comum a adoração por vários deuses (politeísmo). No decorrer dos tempos, o homem foi incorporando aos objetos de adoração inicial, divindades humanas centradas em figuras de criaturas que ainda viviam entre eles e que exerciam alguma forma de poder, ou figuras que já tinham vivido, como reis, rainhas etc. A imaginação popular, pautada na grande ignorância da época, se encarregava de emprestar a esses seres, qualidades que eles não possuíam, moldando neles a imagem de um deus todo poderoso.

A história das civilizações nos informa que aos poucos os povos foram se agrupando de forma mais organizada e incorporando em sua cultura esse aspecto religioso que marcou quase todas as grandes civilizações deste planeta.

As primeiras civilizações de que temos conhecimento até hoje são as orientais (4 a 2 mil anos a.C.). Os sumérios, acadianos, babilônios, assírios, egípcios, hebreus, persas, fenícios, cretenses, hititas, persas e medos, chineses e hindus, todos eram politeístas, com variações em suas divindades.

As civilizações ocidentais (3 mil a 476 a.C.) são mais novas e também tiveram o politeísmo como fator determinante em suas religiões. As mais importantes foram a civilização grega e a romana.

O termo "religião" provém do latim "religare" e implica na crença em forças consideradas sobrenaturais, criadoras do Universo. Sua finalidade é a de orientar moralmente o homem e religar a criatura ao Criador, através dos ensinamentos da Espiritualidade.

A Religião é a crença na existência da alma, de uma vida além da morte física e de princípios não materiais e leis morais que são fundamentos de todas as coisas. Tais princípios emanam da Inteligência Suprema e foram revelados em períodos distintos em várias regiões do planeta. Eles orientam a vida humana na busca do equilíbrio e da paz pessoal, descortinando o destino do homem como ser imortal. Por este motivo, é necessário tornarem-se conhecidos de toda a humanidade.

a) Finalidade das religiões

"Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que esta deve e pode exercer toda a sua força, porque o objetivo deve ser o desprendimento do pensamento das garras da matéria" - (Allan Kardec - Revista Espírita, Dezembro, 1868).

A Ciência terrena promove o progresso material e intelectual da humanidade. A Religião tem como tarefa promover o progresso moral dos seres humanos, demonstrando a eles que os bens materiais são instrumentos que devem ser usados para edificar moralmente as criaturas e que foram feitos para a felicidade de toda a coletividade. Precisa mostrar aos homens, que eles não devem tornar-se escravos de suas paixões. A religião deve divulgar as palavras do Cristo explicando ao povo que o Reino de Deus está dentro das pessoas, e que só o esforço do melhoramento pessoal conduz a alma no caminho do tão sonhado equilíbrio. As religiões, portanto, tem como objetivo geral modificar moralmente o homem, melhorando sua qualidade de vida espiritual. Aquelas que não atingirem essa meta terão que explicar a que vieram.

b) Diversidade das religiões

No mundo atual, observa-se a existência de grande número de religiões e seitas que se multiplicam a cada dia. Este fenômeno social acontece por duas razões distintas: a cultura e costumes dos povos e a idade espiritual heterogênea da humanidade. Muitos tipos de Espíritos, de diversos estágios evolutivos, habitam a Terra. Cada um vê Deus a seu modo e interpreta Sua palavra segundo o próprio entendimento. Todas as religiões que elevam moralmente o homem são boas. Aconselha-se, no entanto, que as pessoas evitem religiões onde haja deuses e rituais estranhos, sacrifícios e orientações que afastem o homem da vida e de suas ocupações sociais.

Com o inegável avanço da Ciência e da tecnologia, torna-se cada dia mais difícil as pessoas aceitarem dogmas religiosos contrários à razão.

Estudaremos um pouco das principais religiões existentes no planeta, para nosso conhecimento geral. São elas: Judaísmo, Hinduísmo, Budismo, Cristianismo, Islamismo.

1) Judaísmo - Primeira religião monoteísta da humanidade. Surgiu entre os antigos israelitas no Oriente Médio. Segundo a tradição judaica, Abraão fundou a religião por volta de 1700 a.C., após receber uma revelação de Deus. Seu neto Jacó, também chamado Israel, teve 12 filhos, origem das 12 tribos israelitas. Durante certo tempo, muitos israelitas estabeleceram-se no Egito, onde acabaram tornando-se escravos. Por volta de 1300 a.C., o grande legislador hebreu, Moisés, descendente de Abraão, tirou-os do Egito e levou-os a Canaã, atual Palestina, depois de 40 anos viajando no deserto.

Depois de Salomão, filho do rei Davi (que transformou Jerusalém em centro religioso), as tribos dividem-se em dois reinos: o de Israel, na Samaria e o de Judá, com capital em Jerusalém. O reino de Israel é devastado em 721 a.C. pelos assírios e não mais reconstruído. Permanece o reino de Judá, enfrentando toda sorte de adversidades, como escravidão, guerras, invasões etc. Depois da destruição do Templo de Jerusalém, pelos romanos, em 70 d.C. e da destruição da cidade em 135 d.C., os judeus se dispersam por todos os continentes (segunda diáspora judaica), mas mantém a unidade cultural e religiosa. Somente em 1948 termina a diáspora, com a criação do Estado de Israel.

Os judeus têm como livro sagrado A Bíblia judaica, dividida em 3 (três) livros: Torah, Os Profetas e os Escritos.

O Torah é a escritura sagrada dos judeus. Reúne os cinco livros primeiros da Bíblia, atribuídos a Moisés: Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Existem cerca de 14 milhões de judeus em todo o mundo; 4,5 milhões só no Estado de Israel.

2) Hinduísmo - Surgiu por volta de 1500 a.C. Naquela época, os arianos, um povo da Ásia Central, invadiram e conquistaram a Índia. Gradualmente, a cultura ariana misturou-se à cultura de um povo nativo conhecido como drávida. O hinduísmo desenvolveu-se a partir da mesclagem destas duas culturas. A doutrina está fundamentada nos quatro livros dos Vedas (conhecimento, em sânscrito), um conjunto de textos sagrados compostos de hinos, louvores e ritos. As características principais do hinduísmo são o politeísmo e a crença na reencarnação. Com o passar dos tempos, os sacerdotes estabelecem o sistema de castas, que se torna a principal instituição da sociedade indiana. Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, estabelecem Brahma como o deus principal e o princípio criador.

Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhões de adeptos do hinduísmo em todo o mundo.

3) Budismo - Sistema ético, religioso e filosófico fundado pelo príncipe hindu Sidarta Gautama (563 a.C.? - 483 a.C.?), o Buda, por volta do século VI a.C. Consiste no ensinamento de como superar o sofrimento e atingir o nirvana (estado total de paz e plenitude) por meio da disciplina mental e de uma forma correta de vida.

Em parte, o budismo pode ser considerado uma rebelião contra certas características do hinduísmo. O budismo opunha-se ao culto hinduísta de muitas divindades, à ênfase no sistema de castas e ao poder da classe sacerdotal hinduísta. O budismo está praticamente extinto na Índia, desde a invasão muçulmana no século XII. Hoje tem cerca de 300 milhões de budistas em todo o mundo.

4) Cristianismo - Iniciada por Jesus Cristo e seus discípulos, em meados do século I. Atualmente é uma das religiões mais difundidas no mundo, com algo em torno de 1,9 bilhão de fiéis. Divide-se em três ramos principais: Catolicismo, Igreja Ortodoxa e Protestantismo.

A fé cristã professa que Deus, revelado a Abraão, Moisés e aos profetas, envia à Terra seu filho como Messias (Cristo, em grego), o Salvador.

As religiões cristãs fundamentam-se na Bíblia ou Escrituras Sagradas, que falam da gênese do Universo, do mundo e do homem terreno. Contém um conjunto de textos muito importantes para o entendimento da história da humanidade, desde a sua criação até hoje.

Mais adiante nos deteremos no estudo desta religião, um dos pilares em que se sustenta a Doutrina Espírita.

5) Islamismo - Religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Maomé (570 - 632), chamado "O Profeta", contidos no livro sagrado islâmico "O Alcorão". A palavra Islã significa "submeter-se" e exprime a submissão à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus seguidores são chamados muçulmanos, que significa "aquele que se submete a Deus". Segundo eles, O Alcorão contém a mensagem de Deus a Maomé, mediada pelo arcanjo Gabriel, recebidas de 610 a 632. Seus ensinamentos são considerados infalíveis.

Fundada onde é hoje a Arábia Saudita, estima-se que seja professada por mais de 1.3 bilhão de pessoas, distribuídas principalmente no norte da África, no Oriente Médio e na Ásia.

Os muçulmanos estão divididos em sunitas e xiitas. Os sunitas (80%) são os seguidores da tradição do profeta, continuada por All-Abbas, seu tio. Os xiitas são partidários de Ali, marido da filha de Maomé, e são extremamente radicais.

2.1 - A BÍBLIA

Diz a tradição histórica que a Bíblia é o livro sagrado de um povo. Estudiosos das Escrituras afirmam que se trata de uma história ligada estritamente ao povo hebreu. Mas, existem diversos trechos dos textos antigos, principalmente no Novo Testamento, nos quais o Espírito Divino dirige-se à humanidade como um todo, procurando orientá-la moralmente e dizendo-lhe que haverá um tempo em que a luz divina estará presente em todo o planeta, trazendo uma época de prosperidade a todos os povos.

A Bíblia é um conjunto de livros considerados sacros, que se divide em Velho e Novo Testamento. O Velho Testamento narra o período que antecede a época em que viveu Jesus. O Novo Testamento fala de sua vida, sua mensagem e do começo do movimento cristão.

Sendo a Doutrina Espírita o Cristianismo redivivo, no dizer dos Espíritos superiores, nos parece lógico que nos esforcemos para estudar esse livro com seriedade, tirando dele os ensinamentos que necessitamos, à luz do Espiritismo. Infelizmente, por razões que não nos cabe considerar no momento, esse não é um hábito entre os espíritas, o que deixa uma grande lacuna em termos de entendimento da mensagem divina e mesmo da origem da nossa doutrina.

a) Velho Testamento

O Velho Testamento inicia-se com cinco livros, de suposta autoria do profeta Moisés, e são conhecidos como o Pentateuco Mosaico. A história do povo hebreu, com o patriarca Abraão, data de 1700 a.C. e a época do aparecimento dessas obras é assinalada em torno de 1500 a 1300 anos antes de Cristo.

Em alguns escritos de Moisés, encontram-se os ensinamentos que foram os primeiros fundamentos das leis morais: os Dez Mandamentos. Estas orientações de vida constituíram-se no aspecto Divino de sua revelação, feitas pelos Espíritos superiores através da mediunidade do profeta, e estão válidas até os dias atuais. São as seguintes:

Não adorarás imagens.
Não usarás o nome de Deus em vão.
Santificarás um dia da semana.
Honrarás pai e mãe.
Não matarás.
Não cometerás adultério.
Não furtarás.
Não mentirás.
Não desejarás a mulher do próximo.
Não terás inveja.
Os livros considerados como obras de Moisés são:

Gênesis: A Gênesis trata da origem da Criação e do próprio mundo terreno. Nele, há uma narrativa simbólica onde todas as fases do aparecimento do Universo e do planeta Terra são descritas com relativa precisão. No estudo da Codificação Espírita, voltaremos a nos ocupar desse assunto, examinando o livro preparado por Allan Kardec, também denominado "A Gênese", que trata o tema em profundidade.

Êxodo: O livro Êxodo conta os principais episódios ligados à libertação do povo hebreu, escravo no antigo Egito durante cerca de quatrocentos anos. Esta liberdade teria sido conseguida através do trabalho missionário de Moisés, narrado em detalhes pela história bíblica.

Levítico: O Levítico é o livro que contém as instruções que eram destinadas à orientação dos cultos entre os seguidores do Legislador hebreu e a Divindade. Orientava as obrigações e rituais religiosos da época.

Números: O livro Números apresenta parte da história da movimentação dos hebreus no deserto em direção à Canaã, a terra prometida. Nele, existe ainda a realização de um censo, feito com a finalidade de se saber quantas pessoas empreenderam a histórica viagem, depois que Moisés as libertou do Egito.

Deuteronômio: O Deuteronômio apresenta um código de leis promulgadas por Moisés, destinadas a reorganizar a vida social do seu povo. É neste livro que se encontra a proibição dos contatos mediúnicos com os "mortos". A lei mosaica proibia essas atividades, porque as evocações fúteis, comuns entre os egípcios, também eram praticadas pelos hebreus de forma fanática e irresponsável. A prática tinha se vulgarizado e se tornado em motivo de graves problemas entre eles. A proibição foi uma medida disciplinar do legislador.

Segundo historiadores, o missionário Moisés levou do Egito para Israel, chamado naquele tempo de Canaã, uma multidão de quatrocentas mil pessoas. A viagem durou quarenta anos. Ainda no Velho Testamento, destacam-se os livros dos demais profetas, que são em número de trinta e quatro. A maioria deles contém profecias que falam da vinda futura de um Espírito iluminado, que traria o Reino de Deus à humanidade. Essas previsões se concretizaram na encarnação de Jesus, o Cristo.

b) Novo Testamento

O Novo Testamento é um conjunto de livros que narra a história do aparecimento do Cristianismo. Fala do nascimento de Jesus, de sua vida pública como pregador e de seu trabalho como médium. Apresenta ainda, discursos e informações sobre seus discípulos diretos e indiretos. Encerra-se com o livro chamado Apocalipse, prevendo a fase da transição, com o fim do mundo velho e o estabelecimento do período de regeneração, justiça e paz social na Terra. O Novo Testamento assim se divide:

Evangelho de Mateus (discípulo de Jesus),
Evangelho de Marcos (discípulo de Pedro),
Evangelho de Lucas (discípulo de Paulo),
Evangelho de João (discípulo de Jesus),
Atos dos Apóstolos,
Epístolas de Paulo,
Epístola de Tiago,
Epístolas de Pedro,
Epístolas de João Evangelista,
Epístola de Judas Tadeu e
Apocalipse, atribuído a João Evangelista.
Alguns dados importantes:

Adão e Eva: Segundo as religiões convencionais, Adão e Eva teriam vivido na Terra há quatro mil anos antes de Cristo.

Idade científica da Terra: Cerca de quatro bilhões e meio de anos.

Primórdios da Civilização: 100 mil anos.

Aparecimento de tipos humanos modernos: 30 mil anos

Berço da Civilização: Mesopotâmia (Iraque) e Babilônia (Irã).

A Ciência comprovou, cientificamente, a impossibilidade da história relativa à humanidade ter-se iniciado somente há quatro mil anos e demonstrou que o homem surgiu em condições bastante primitivas em vários pontos da Terra, há milhares de anos atrás. Seus vestígios foram encontrados por pesquisadores e historiadores em cavernas e sítios arqueológicos.

2.2 - A IGREJA CATÓLICA

Logo depois da morte de Jesus, seus discípulos diretos fundaram a Igreja primitiva e alguns núcleos cristãos foram edificados por eles, dando início à divulgação da Boa Nova. Os primeiros cristãos foram judeus que acreditavam que Jesus era o Messias, o salvador esperado por sua raça. Os adeptos da nova crença gradativamente foram se afastando do judaísmo, entretanto adotaram as Escrituras judaicas, o que foi fonte de discordâncias entre alguns dos apóstolos, nos primeiros tempos.

Mais tarde, apareceu no cenário histórico a figura de Paulo de Tarso, chamado "apóstolo dos gentios". Devido sua profunda dedicação ao ideal do Cristo, as atividades cristãs se multiplicaram e várias comunidades foram fundadas sob sua orientação. A história da vida desse apóstolo, pode ser apreciada na Bíblia, através das cartas que escrevia às Igrejas e aos seus discípulos. Nesses escritos, ele procurava passar as orientações devidas aos núcleos, profundamente apaixonado que era pelo ideal de amor de Jesus. Foi devido a sua coragem e perseverança que a doutrina do Rabi Galileu não permaneceu circunscrita à comunidade judaica e ultrapassou as fronteiras de raça, indo ser semeada para todos os povos.

Neste período, as práticas doutrinárias e mediúnicas nos templos eram puras e simples, próximas das que hoje temos nos centros espíritas. Os adeptos se reuniam para estudar os princípios da moral evangélica, deixada por Jesus. Uns liam, outros interpretavam e eram comuns as manifestações de Espíritos, o que para eles era muito natural.

Depois do desaparecimento de Paulo, por volta de 67 d.C. o número de igrejas em terras pagãs continuou a crescer. Por volta de 140, o centro do cristianismo tinha mudado para comunidades cristãs nas cidades de Antioquia, na Síria; Alexandria, no Egito; e principalmente Roma. Os cristãos primitivos ainda foram perseguidos durante muitos anos pelo sistema político dominante.

A história da Igreja atingiu um momento decisivo em 313, quando o imperador romano Constantino, o Grande, deu aos cristãos a liberdade para a prática de sua religião e o Estado devolveu aos seguidores de Jesus muitos bens materiais que deles haviam sido confiscados no período da perseguição. Após o Concílio de Nicéia, no ano 325 d.C., fixou-se definitivamente o símbolo da fé e a partir daí instalou-se a edificação nos templos, de altares consagrados ao Senhor. Era o nascimento do Catolicismo. Este foi o primeiro dos sete concílios realizados entre 325 e 787. Datam deste período as mais graves desfigurações da beleza e simplicidade do Evangelho, inclusive em seus aspectos práticos.

Em 330, Constantino deixou Roma e se estabeleceu a capital do Império numa nova cidade, batizada com seu nome - Constantinopla (atualmente Istambul, na Turquia). A cidade tornou-se o centro do cristianismo oriental. Bem mais tarde (1054) deu origem ao cisma dentro da Igreja, de onde nasceu a Igreja Ortodoxa.

a) Os dogmas

Os dogmas são pontos fundamentais e indiscutíveis de uma doutrina religiosa. No Catolicismo, os dogmas foram responsáveis pelo aparecimento dos costumes sacramentais, das confissões, do culto às imagens, da hóstia, da obediência ao Papa, dos altares, dos paramentos, do batismo, da crisma etc. Isso se deu pela forte influência das doutrinas pagãs e judaicas existentes no meio naquela época, o que levou seus seguidores a adaptarem seus costumes aos ensinamentos de Jesus, desfigurando seu verdadeiro sentido.

b) A Reforma Protestante

Depois que a Igreja estabeleceu os dogmas, pouco a pouco ela foi se distanciando do povo, deixando de atender suas necessidades espirituais de conforto e assistência. Com o passar dos anos, desvirtuou-se de tal maneira que já não se poderiam reconhecer nela nenhum vestígio dos iluminados valores das primeiras eras. Pouco a pouco, deixou de ser o farol espiritual de um povo para mergulhar nas profundas e negras águas das disputas do poder temporal. Frente a isso, surgiram líderes dentro da própria Igreja que começaram a lutar contra a política desenvolvida pelo clero, fomentando nos adeptos da fé cristã, um espírito de renovação espiritual.

Foi o primeiro passo para um importante movimento de reestruturação da Igreja, que culminou na Reforma Protestante. Desta revolução houve uma divisão na Igreja e nasceu o Protestantismo. Dentre os homens que trabalharam para restituir o verdadeiro sentido do Evangelho de Jesus, destacaram-se líderes como:

John Wycliffe (1324 - 1385): Filósofo inglês, tornou-se famoso como professor de filosofia na Universidade de Oxford, onde defendia idéias nacionalistas e contra os poderes de papas e bispos. Segundo Wycliffe, os governantes injustos não podiam exigir obediência do povo, porque a obediência depende da vontade de Deus. Negava a doutrina da transubstanciação (transformação da água e vinho em corpo e sangue de Jesus). Com essas idéias despertou a ira do clero e passou a ser perseguido pela Igreja. Em suas últimas obras, declarou que a Bíblia, não a Igreja, era autoridade na doutrina cristã. As classes elitistas achavam que as idéias desse revolucionário encorajavam os pobres a exigirem melhores condições de vida.

Com a ajuda e incentivo de Wycliffe, seus seguidores traduziram a Bíblia para o inglês. Foi considerado o primeiro grande reformador pelos ingleses.

João Huss (1369-1415): Reformador religioso da Boêmia, cujos ensinos foram os precursores da Reforma protestante, influenciado pelas obras de John Wycliffe. Foi ordenado padre em 1401. Huss criticou asperamente o comportamento de bispos, cardeais e papas e pedia uma reforma na Igreja. Atacou com veemência a venda de indulgências e chamava o papado de "uma instituição de Satanás".

Em 1409 foi eleito reitor da Universidade de Praga. Mas Huss já era considerado um notório herege e foi excomungado em 1412. Em 1414, foi chamado a depor perante o Concílio de Constança, onde foi condenado, embora lhe tivessem prometido que estaria em segurança, caso concordasse em ir ao concílio para se defender. Morreu queimado numa fogueira, acusado de heresia.

Depois de sua morte, desencadeou-se um período negro de guerras civis, por conflitos religiosos entre os hussitas (seguidores do reformador) e os católicos tradicionais, leais ao papa. Os dois lados chegaram a um acordo em 1436. Mas apesar da repressão religiosa, alguns adeptos de Huss organizaram-se em grupos e nasceu em 1457, na Morávia, região cultural da Tchecoslováquia, a Unitas Fratrum (União de Irmãos). Este grupo cresceu e era uma força religiosa importante no tempo de Martim Lutero.

Martim Lutero (1483-1546): Teólogo alemão e líder da Reforma, movimento religioso que levou ao nascimento do protestantismo. Sua influência ultrapassou as fronteiras protestantes e mesmo do cristianismo como um todo, pois trouxe uma série de conseqüências políticas, econômicas e sociais para o mundo ocidental.

Em 1501, Lutero decide tornar-se advogado a pedido de seu pai e entra para a Universidade de Erfurt, onde estuda Artes, Lógica, Retórica, Física e Direito. Torna-se mestre em Filosofia e em 1505 entra para a Ordem dos Agostinianos, depois de uma intensa experiência que viveu durante uma tempestade. Ordena-se padre em 1507 e em 1512 doutora-se em Teologia, sendo designado como professor de teologia em Winttenberg, cargo que manteve por toda a vida.

Em seus estudos das Sagradas Escrituras, descobriu o verdadeiro sentido da doutrina de Jesus Cristo e sua grande ausência na crença que professava. Influenciado pelos ensinamentos de João Huss, padre excomungado e condenado à fogueira pela Igreja Católica, Lutero começou a desenhar sua doutrina reformista entre seus alunos. A questão fundamental inicial foi a venda de indulgências, prática comum naquela época, utilizada pela Igreja para angariar fundos e manter a vida de prazeres mundanos em que tinha mergulhado o papado. A prática, considerada imoral por Lutero e outros que o precederam nessa luta, foi duramente combatida por ele.

Em 1517 se fez ouvir sua voz contra os hábitos mundanos e abusivos que a Igreja vinha cometendo, vendendo a salvação em troca de moedas de ouro: afixou suas famosas "95 teses" na porta da igreja do castelo de Wittenberg. As teses, além de combater a venda de indulgências, abordava outros pontos igualmente importantes de sua doutrina como negação do culto aos santos e autoridade papal, abole a confissão obrigatória e o celibato clerical e só aceita os sacramentos do batismo e da eucaristia. Iniciaram-se as perseguições e calúnias de seus inimigos católicos, com as quais conviveu até a morte.

Em 1519 manteve um famoso debate em Leipzig com um teólogo católico, Johann Eck. Ele fez Lutero admitir que tinha algumas das opiniões de João Huss, considerado herege pela Igreja. Durante o debate Lutero atacou o Concílio de Constança pela condenação de Huss. Eck provocou a excomunhão do monge em 1520 e combateu o protestantismo pelo resto da vida.

Em 1521, Lutero já excomungado pelo papa Leão X, é convocado pelo imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, a retratar-se em Worms, Alemanha, em um conselho de príncipes, nobres e religiosos. O reformador compareceu e reafirmou suas convicções. Declarou: "A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão pura (pois não confio apenas no papa ou nos concílios, uma vez que é público o fato deles terem, com freqüência, incorrido em erro ou entrado em contradição), estou preso pelas Escrituras que citei e minha consciência é cativa da palavra de Deus. Eu não posso e não irei renegar nada, já que não é seguro, nem correto, ir contra a consciência. Não posso agir de outro modo".

Excomungado, Lutero publica os documentos Manifesto à Nobreza Alemã, Do Cativeiro Babilônico da Igreja e Da Liberdade do Cristão, os grandes escritos reformistas. Em 1521 é banido pelo imperador Carlos V da Alemanha. Apoiado por setores da nobreza, traduz a Bíblia para o alemão vulgar, obra prima-literária, que se constituiu em enorme contribuição para a criação da língua alemã moderna.

Abandona a ordem agostiniana em 1524 e, no ano seguinte, casa-se com uma ex-freira.

Em 1530, o imperador Carlos V convoca uma dieta (encontro) dos grupos antagonistas, em Augsburgo, cidade da Alemanha, para acabar com as disputas religiosas em seu império, que havia atingido grandes proporções e conseqüências assustadoras. Johann Eck faz circular rapidamente panfletos denunciando Lutero e seus seguidores. Para responder ao ataque, é feito um documento com o resumo dos ensinamentos de Lutero, que ficou famoso com o nome de Confissão de Augsburgo. Escrito e defendido por Phillip Melanchthon, principal colaborador e amigo do reformador, os escritos tentavam um equilíbrio em relação a certos pontos controvertidos e mostravam que os luteranos apoiavam a tradição histórica da igreja cristã. A Confissão foi rejeitada por Carlos V, mas converteu-se na declaração básica de fé da Igreja Luterana.

Na época de sua morte, em Eisleben, em 18 de fevereiro de 1546, aos 63 anos, Lutero já era reconhecido como uma figura importante na história do cristianismo e do mundo. Foi considerado o alemão mais influente de todos os tempos, pois o movimento desencadeado por ele afetou o desenvolvimento político e cultural da cada nação na Europa e na América.

João Calvino (1509 - 1564): Um dos principais teóricos da Reforma, Calvino nasceu na França, e sua família, pertencente à burguesia, educou-o para a carreira jurídica. Com a divulgação da revolta de Lutero pelo continente europeu, suas idéias foram reformuladas por alguns de seus seguidores, particularmente João Calvino, que dinamizou o movimento reformista através de novos princípios, ampliando a doutrina luterana. Homem dotado de grande inteligência, além de ter sido excelente orador e autor de muitos livros, tinha também excepcional capacidade de organização e administração. Exerceu influência especialmente na Suíça, Inglaterra, Escócia e América do Norte.

Influenciado pelo Humanismo e pelas teses luteranas converteu-se em ardente defensor das novas idéias. Perseguido na França, Calvino refugiou-se na Suíça, onde a Reforma já havia se estabelecido em algumas regiões, por conta da ação de Ulrich Zwinglio (1484-1531). Escreveu a "Instituição da Religião Cristã" (1536), que se tornou o catecismo dos calvinistas.

Em Genebra, transformada na "Roma do Protestantismo", Calvino ganhou notoriedade e poder, conseguindo impor sua doutrina, interferir nos costumes, nas crenças e na própria organização político-administrativa da cidade. Extremamente mais radical que Lutero, João Calvino divergia da escola luterana em alguns pontos importantes: enquanto o primeiro subordinava a Igreja ao Estado, Calvino defendeu a separação entre as duas instituições (em Genebra, a Igreja era o próprio Estado); justificou atividades econômicas até então condenadas pela Igreja, dando impulso considerável ao capitalismo nascente; rejeitou a missa, sacramentos e tudo o que não estivesse rigorosamente de acordo com as Escrituras; destruiu completamente o livre-arbítrio, pois pregava a predestinação absoluta dos eleitos e dos condenados.

João Calvino desenvolveu a Igreja que atualmente é chamada de presbiteriana. Apesar do exagerado radicalismo, nenhum outro reformador fez tanto para obrigar as pessoas a pensar a ética social cristã

terça-feira, 2 de agosto de 2011

RELIGIÃO CATÓLICA NO BRASIL

Para a Igreja Católica, todos aqueles que receberam o sacramento do batismo são católicos. A maioria, porém (cerca de 80%) é formada por não-praticantes. A pouca adesão às missas de domingo é um reflexo desse comportamento. Segundo A World Christian Encyclopedia, nas cidades pequenas do interior, 65% da população vai à missa de domingo, enquanto nas grandes cidades a adesão varia de 10% a 20%. De acordo com os últimos dados disponíveis, 18% participam de grupos formados por leigos (não-religiosos), como o Movimento da Renovação Carismática e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

Estrutura - Em 2000, de acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja Católica no Brasil contava com seis cardeais, 54 arcebispos (38 na ativa e 16 eméritos), 351 bispos (268 na ativa e 83 eméritos) e mais 413 membros, entre abades, coadjutores e bispos auxiliares. Havia ainda 15 mil padres e 38 mil freiras. A Igreja se organiza no país, em 268 dioceses e mais de 8 mil paróquias. A Igreja Católica experimenta rápida ascensão no número de administrações eclesiásticas durante a primeira metade do século XX. As dioceses, que em 1900 eram 19, passam a 114 em 1940. No entanto, a influência do catolicismo é forte desde o descobrimento. Ordens e congregações religiosas assumem, já no período colonial, os serviços nas paróquias e nas dioceses, a educação nos colégios e a catequização indígena.

Comunidades Eclesiais de Base - As CEBs são grupos formados por leigos que se multiplicam pelo país após a década de 60, sob a influência da Teologia da Libertação. Curiosamente, foram idealizadas pelo cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, dom Eugênio Sales, integrante da corrente católica mais conservadora. Com o decorrer do tempo, as CEBs vinculam o compromisso cristão à luta por justiça social e participam ativamente da vida política do país, associadas a movimentos de reivindicação social e a partidos políticos de esquerda. Um dos principais teóricos do movimento é o ex-frade brasileiro Leonardo Boff. Apesar do declínio que experimentam nos anos 90, continuam em atividade milhares de núcleos em todo o país. Em 2000, de acordo com pesquisa do Instituto de Estudos da Religião (Iser), do Rio de Janeiro, existem cerca de 70 mil núcleos de Comunidades Eclesiásticas de Base no Brasil.

Renovação Carismática Católica - De origem norte-americana, o movimento carismático chega ao Brasil em 1968, pelas mãos do padre jesuíta Haroldo Hahn, e retoma valores e conceitos esquecidos pelo racionalismo social da Teologia da Libertação. Os fiéis resgatam práticas como a reza do terço, a devoção à Maria e as canções carregadas de emoção e louvor. A RCC valoriza a ação do Espírito Santo - uma das formas de Deus, na doutrina cristã, expressa no Mistério da Santíssima Trindade -, o que aproxima o movimento de certo modo, dos protestantes pentecostais e dos cristãos independentes neopentecostais. Ganha força principalmente no interior e entre a classe média. Em 2000, soma 8 milhões de simpatizantes, representados em 95% das dioceses, na forma de grupos de oração. Desse total, 2 milhões são jovens entre 15 e 29 anos, atraídos pela proposta renovadora e alegre, embalada pelas canções de padres cantores, como Marcelo Rossi, religioso paulistano que se torna fenômeno de mídia em 1998 com o lançamento do CD Músicas para Louvar o Senhor.

A Igreja Católica no Brasil - Até meados do século XVIII, o Estado controlava a atividade eclesiástica na colônia, responsabilizando-se pelo sustento da Igreja Católica e impedindo a entrada de outros cultos no Brasil, em troca de reconhecimento e obediência. Em 1750, o agravamento dos conflitos entre colonos e padres por causa das tentativas de escravização dos índios leva à expulsão dos jesuítas pelo marquês de Pombal. No entanto, só em 1890, após a proclamação da República, ocorre a separação entre Igreja e Estado, ficando garantida a liberdade religiosa. A partir de 1930, o projeto desenvolvimentista e nacionalista de Getúlio Vargas incentiva a Igreja a valorizar a identidade cultural brasileira, o que resulta na expansão de sua base social para as classes médias e as camadas populares. A instituição apóia a ditadura do Estado Novo, em 1937, a fim de barrar a ascensão da esquerda. Em 1952 cria-se a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a primeira agremiação episcopal desse tipo no mundo, idealizada por dom Hélder Câmara, para coordenar a ação da Igreja. No fim dos anos 50, a preocupação com as questões sociais fortalece movimentos como a Juventude Universitária Católica (JUC). Desse movimento sai, em 1960, a organização socialista Ação Popular (AP).

Durante a década de 60, a Igreja Católica, influenciada pela Teologia da Libertação, movimento formado por religiosos e leigos que interpreta o Evangelho sob o prisma das questões sociais, atua em setores populares, principalmente por meio das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A instalação do regime militar de 64 inaugura a fase de conflitos entre Igreja e Estado. O auge da crise acontece em 1968, com a implantação do Ato Institucional n° 5 (AI-5), quando grande número de católicos se alia aos grupos oposicionistas, de esquerda, para lutar contra a repressão e os abusos que violam a ordem jurídica e os direitos humanos. A ação é intensa nos anos 70.

A partir dos anos 80, com o papa João Paulo II, começa na Igreja o processo da romanização. O Vaticano controla a atividade e o currículo de seminários, e diminui o poder de algumas dioceses, como a de São Paulo - comandada na época pelo cardeal-arcebispo dom Paulo Evaristo Arns, afinado com os propósitos da Teologia da Libertação, que a Santa Sé pretende refrear. Após o engajamento da Igreja na luta pela redemocratização, nos anos 70 e 80, os movimentos mais ligados à Teologia da Libertação cedem espaço, a partir da década de 80, à proposta conservadora da Renovação Carismática.

domingo, 10 de julho de 2011

Religiões do Brasil


O Brasil é o país que mais mistura culturas em todo o planeta. Um exemplo, é a religião do Brasil, que na verdade são inúmeras. As de mais adeptos são a Universal(evangélica) e a católica. São tantas religiões espalhadas pelo país, que até da para se confundir.

Também as religiões afro-brasileiras, que vieram com os escravos na época colonial. Entre essas religiões temos a Umbanda e o Candomblé. São marcadas pelos fortes rituais ao som de tambores e instrumentos africanos. È uma das religiões que sofre mais preconceito no país.

Outras religiões espalhadas pelo Brasil são: Espiritismo, Protestantismo, Mormonismo, Neopaganismo, Testemunhas de Jeová, Islamismo, Judaísmo, Cristianismo ortodoxo, entre outros. Todos têm o direito de escolher a religião que quer seguir, isso é lei aqui no Brasil, e quem ofender o outro pela escolha, pode até vir a ser preso.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

RELIGIÃO

EM BUSCA DA TRANSCENDÊNCIA

O QUE É RELIGIÃO? QUAL A DIFERENÇA DE SEITA?

MITOLOGIA É RELIGIÃO? O QUE É HERESIA?

RELIGIÃO deriva do termo latino "Re-Ligare", que significa "religação" com o divino. Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que tenham como característica fundamental um conteúdo Metafísico, ou seja, de além do mundo físico.

Sendo assim o hábito, geralmente por parte de grupos religiosos de taxarem tal ou qual grupo religioso rival de seita, não têm apoio na definição do termo. SEITA, derivado da palavra latina "Secta", nada mais é do que um segmento minoritário que se diferencia das crenças majoritárias, mas como tal também é religião.

HERESIA é outro termo mal compreendido. Significa simplesmente um conteúdo que vai contra a estrutura teórica de uma religião dominante. Sendo assim o Cristianismo foi uma Heresia Judáica assim como o Protestantismo uma Heresia Católica, ou o Budismo uma Heresia Hinduísta.

A MITOLOGIA é uma coleção de contos e lendas com uma concepção mística em comum, sendo parte integrante da maioria das religiões, mas suas formas variam grandemente dependendo da estrutura fundamental da crença religiosa. Não há religião sem mitos, mas podem existir mitos que não participem de uma religião.

MÍSTICA pode ser entendida como qualquer coisa que diga respeito a um plano sobre material. Um "Mistério".

Veja aqui uma lista de palavras relacionadas e seus significados.

PRESENÇA DA RELIGIÃO EM TODA A CULTURA HUMANA

Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer outra "ciência" social, de um grupamento humano em qualquer época que não tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são então um fenômeno inerente a cultura humana, assim como as artes e técnicas.

Grande parte de todos os movimentos humanos significativos tiveram a religião como impulsor, diversas guerras, geralmente as mais terríveis, tiveram legitimação religiosa, estruturas sociais foram definidas com base em religiões e grande parte do conhecimento científico, "filosófico" e artístico tiveram como vetores os grupos religiosos, que durante a maior parte da história da humanidade estiveram vinculados ao poder político e social.

Hoje em dia, apesar de todo o avanço científico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce, desafiando previsões que anteveram seu fim. A grande maioria da humanidade professa alguma crença religiosa direta ou indiretamente e a Religião continua a promover diversos movimentos humanos, e mantendo estatutos políticos e sociais.

Tal como a Ciência, a Arte e a Filosofia, a Religião é parte integrante e inseparável da cultura humana, é muito provavelmente sempre continuará sendo.

Veja aqui
Minha teoria Psicogênica da Religião
Minha teses sobre a relação entre Ética e Religião

TIPOS DE RELIGIÕES

Há várias formas de religião, e são muitos os modos que vários estudiosos utilizam para classificá-las. Porém há características comuns às religiões que aparecem com maior ou menor destaque em praticamente todas as divisões.

A primeira destas características e cronológica, pois as formas religiosas predominantes evoluem através dos tempos nos sucessivos estágios culturais de qualquer sociedade.

Outro modo é classificá-las de acordo com sua solidez de princípios e sua profundidade filosófica, o que irá separá-las em religiões com e sem Livros Sagrados.

Pessoalmente como um estudioso do assunto, prefiro uma classificação que leva em conta essas duas características, e divide as religiões nos seguintes 4 grandes grupos distintos.

PANTEÍSTAS

POLITEÍSTAS

MONOTEÍSTAS

ATEÍSTAS

Nessa divisão há uma ordem cronológica. As Religiões PANTEÍSTAS são as mais antigas, dominando em sociedades menores e mais "primitivas". Tanto nos primórdios da civilização mesopotâmica, européia e asiática, quanto nas culturas das Américas, África e Oceania.

As Religiões POLITEÍSTAS por vezes se confundem com as Panteístas, mas surgem num estágio posterior do desenvolvimento de uma cultura. Quanto mais a sociedade se torna complexa, mais o Panteísmo vai se tornando Politeísmo.

Já as MONOTEÍSTAS são mais recentes, e atualmente as mais disseminadas, o Monoteísmo quantitativamente ainda domina mais de metade da humanidade.

E embora possa parecer estranho, existem religiões ATEÍSTAS, que negam a existência de um ser supremo central, embora possam admitir a existência de entidades espirituais diversas. Essas religiões geralmente surgem como um reação a um sistema religioso Monoteísta ou pelo menos Politeísta, e em muitos aspectos se confunde com o Panteísmo embora possua características exclusivas.

Essa divisão também traça uma hierarquia de rebuscamento filosófico nas religiões. As Panteístas por serem as mais antigas, não têm Livros Sagrados ou qualquer estabelecimento mais sólido do que a tradição oral, embora na atualidade o renascimento panteísta esteja mudando isso. Já as politeístas muitas vezes possuem registros de suas lendas e mitos em versão escrita, mas Nenhuma possui uma REVELAÇÃO propriamente dita. Isto é um privilégio do Monoteísmo. TODAS as grandes religiões monoteístas possuem sua Revelação Divina em forma de Livro Sagrado. As Ateístas também possuem seus livros guias, mas por não acreditarem num Deus pessoal, não tem o peso dogmático de uma revelação divina, sendo vistas em geral como tratados filosóficos.

Vejamos alguns quadros comparativos.


ÉPOCAS DE SURGIMENTO E PREDOMÍNIO.

PANTEÍSMO:

As mais antigas, remontando a pré-história onde tinham predominância absoluta, e também presentes em muitos dos povos silvícolas das Américas, África e Oceania.

POLITEÍSMO:

Surgem num estágio posterior de desenvolvimento social, tendo sido predominantes na Idade Antiga em todo o velho mundo, e mesmo nas civilizações mais avançadas das Américas pré-colombianas.

MONOTEÍSMO:

Mais recentes, surgindo a partir do último milênio aC e predominando da Idade Média até a atualidade.

ATEÍSMO:

Surgem a partir do século V aC, tendo vingado somente no Oriente e no Ocidente ressurgindo somente após a renascença numa forma mais filosófica que religiosa.

Neo PANTEÍSMO:

Embora possuam representantes em todos os períodos históricos, popularizam-se ou surgem a partir do século XVIII.





BASE LITERÁRIA

PANTEÍSMO:

Próprias de culturas ágrafas, não possuem em geral qualquer forma de base escrita, sendo transmitidas por tradição oral.

POLITEÍSMO:

Nas sociedades letradas possuem frequentemente registros literários sobre seus mitos, e mesmo nas ágrafas possuem tradições icônicas mais elaboradas.

MONOTEÍSMO:

Possuem Livros Sagrados definidos e que padronizam as formas de crença, servindo como referência obrigatória e trazendo códigos de leis. São tidos como detentores de verdades absolutas.

ATEÍSMO:

Possuem textos básicos de conteúdo predominantemente filosófico, não possuindo entretanto força dogmática arbitrária ainda que sendo também revelados por sábios ou seres iluminados.

Neo PANTEÍSMO:

Seus textos são em geral filosóficos, embora possuam mais força doutrinária, não incorrendo porém em dogmas arbitrários.





MITOLOGIA

PANTEÍSMO:

Deus é o próprio mundo, tudo está interligado num equilíbrio ecossistêmico e místico. Crê-se em espíritos e geralmente em reencarnação, é comum também o culto aos antepassados. Procura-se manter a harmonia com a natureza, e o mundo comummente é tido como eterno.

POLITEÍSMO:

Diversos deuses criaram, regem e destroem o mundo. Se relacionam de forma tensa com os seres humanos, não raro hostil. As lendas dos deuses se assemelham a dramas humanos, havendo contos dos mais diversos tipos.

MONOTEÍSMO:

Um Ser transcendente criou o mundo e o ser humano, há uma relação paternal entre criador e criaturas. Na maioria dos casos um semi-deus se rebela contra o criador trazendo males sobre todos os seres. Messias são enviados para conduzir os povos, profetiza-se um evento renovador violento no final dos tempos, onde a ordem será restaurada pela divindade.

ATEÍSMO:

O Universo é uma emanação de um princípio primordial "vazio", um Não-Ser. Crê-se na possibilidade de evolução espiritual através de um trabalho íntimo, crê-se em diversos seres conscientes dos mais variados níveis, e geralmente em reencarnação.

Neo PANTEÍSMO:

Acredita-se em geral no Monismo, um substância única que permeia todo o Universo num Ser único. São em geral reencarnacionistas e evolutivas. A desatribuição de qualidades do Ser supremo por vezes as confunde com o Ateísmo.





SÍMBOLOS

PANTEÍSMO:

Utilizam no máximo totens e alguns outros fetiches, é comum o uso de vegetais, ossos, ou animais vivos ou mortos.

POLITEÍSMO:

Surgem os ídolos zoo ou antropomórficos na forma de pinturas e esculturas em larga escala. A simbologia icônica se torna complexa em alguns casos resultando em formas de escrita ideográfica.

MONOTEÍSMO:

O Deus supremo geralmente não possui representação visual, mas os secundários sim. Utilizam símbolos mais abstratos e de significados complexos.

ATEÍSMO:

O Não-Ser supremo não pode ser representado, mas há muitas retratações dos seres iluminados. Há vários símbolos representativos da natureza e metafísica do Universo.

Neo PANTEÍSMO:

Diversos símbolos e mitos de diversas outras religiões são resgatados e reinterpretados, também não há representação específica do Ser Supremo mas pode haver de outros seres elevados.





RITUAIS

PANTEÍSMO:

Geralmente ligados a natureza e ocorrendo em contato com esta. É comum o uso de infusões de ervas, danças, oráculos e cerimônias ao ar livre.

POLITEÍSMO:

Passam a surgir os templos, embora em geral não abandonem totalmente os rituais ao ar livre. Em muitos casos ocorrem os sacrifícios humanos, oráculos e as feitiçarias de controle ambiental.

MONOTEÍSMO:

Geralmente restritas ao templos, as hierarquias ritualistas são mais rígidas, não há oráculos pessoais mas sim profecias generalizadas com base no livro sagrado. Não há rituais de controle ambiental.

ATEÍSMO:

Embora ainda comuns nos templos são também frequentes fora destes. Desenvolvem-se técnicas de concentração, meditação e purificação mais específicas, baseadas antes de tudo no controle dos impulsos e emoções.

Neo PANTEÍSMO:

Em geral baseados no uso de "energias" da natureza. Não mais têm influência nos processos civis, sendo restritos a curas, proteção contra ameaças físicas e extrafísicas.





EXEMPLOS

PANTEÍSMO:

Religiões silvícolas, xamanismo, religiões célticas, druidismo, amazônicas, indígenas norte americanas, africanas e etc.

POLITEÍSMO:

Religião Grega, Egípcia, Xintoísmo, Mitologia Nórdica, Religião Azteca, Maia etc.

MONOTEÍSMO:

Bhramanismo, Zoroastrismo, Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Sikhismo.

ATEÍSMO:

Orientais: Taoísmo, Confucionismo, Budismo, Jainismo.
Ocidentais: Filosofias NeoPlantônicas, Ateísmo Filosófico (Não Religioso)
Neo PANTEÍSMO:

Espiritsmo Kardecista*, Racionalismo Cristão, Neo-Gnosticismo, Teosofia, Wicca, "Esotéricas", etc.


*Apesar do Kardecismo não se considerar Panteísta e sim antes Monoteísta.

PANTEÍSMO

As religiões primitivas são PANTEÍSTAS, acredita-se num grande "Deus-Natureza". Todos os elementos naturais são divinizados, se atribuí "inteligências" espirituais ao vento, a água, fogo, populações animais e etc.

Há uma clara noção de equilíbrio ecossistêmico, onde é comum ritos de agradecimento pelas dádivas naturais e pedidos às divindades da natureza, em alguns casos requisitando autorização mesmo para o consumo da caça que embora tenha sido obtida pelo esforço humano, seria na verdade permitida, se não ofertada, pelos entes espirituais.

A relação de dependência do ser humano com o ecossistema é clara, assim como a de parentesco e de submissão. As entidades elementais da natureza estão presentes em toda a parte, conferindo a onisciência do espírito divino. Embora haja a tendência da predominância de um presença mística feminina, a "mãe-terra", o elemento masculino também é notável a partir do momento que os seres humanos passam a compreender o papel do macho na reprodução. Ocorre então a presença de dois elementos divinos básicos, o Feminino e Masculino universal.

É um domínio de pensamento transcendente, mais compatível com a subjetividade e a síntese, não sendo então casual que este seja o tipo religioso onde as mulheres mais tenham influência. A presença de sacerdotisas, bruxas e feiticeiras é em muitos casos, muito mais significativa que a de seus equivalentes masculinos.

Todas essas religiões são ágrafas, sem escrita, com exceção é claro dos NeoPanteísmos contemporâneos. Portanto são as mais envoltas em obscuridade e mistérios, não tendo deixado nenhum registro além da tradição oral e de vestígios arqueológicos.

POLITEÍSMO

Com o tempo e o desenvolvimento as necessidades humanas passam a se tornar mais complexas. A sobrevivência assume contornos mais específicos, o crescimento populacional hipertrofiado graças a tecnologia que garante maior sucesso na preservação da prole e da longevidade, gera um série de atividades competitivas e estruturalistas nas sociedades, que se tornam cada vez mais estratificadas.

Nesse meio tempo a influência racional em franca ascensão tenta decifrar as transcendentes essências espirituais da natureza. Surge então o POLITEÍSMO, onde os elementos divinos são então personificados com qualidades cada vez mais humanas. O que era antes apenas a Água, um ser de essência espiritual metafísica e sagrada, agora passa a ser representada por uma entidade antropomórfica ou zoomórfica relacionada a água.

No princípio as características dessas divindades não são muito afetadas, mas com o tempo, a imaginação humana ou a tentativa de se adequar as religiões às estruturas sociais, elas ficam cada vez mais parecidas com os seres humanos comuns, surgindo então entre os deuses relacionamentos similares aos humanos inclusive com conflitos, ciúmes, traições, romances e etc. E cada vez mais os deuses perdem características transcendentes até que a "degeneração" chegue a ponto destes se relacionarem sexualmente com seres humanos, o que significa a perda da natureza metafísica, da característica invisível, ou mais, de haver relações físicas e pessoais de violência entre humanos e divindades, sem qualquer caráter transcendente.

Em muitos casos é difícil distinguir com clareza se determinadas religiões são Pan ou Politeístas. Mesmo no estágio Panteísta por vezes pode-se identificar com muita evidência algumas personificações das entidades divinas, mas algumas características como as citadas no parágrafo anterior são exclusivas do politeísmo. É possível que os elementos que contribuam ou realizem essa transição sejam o Animismo, Fetichismo e Totemismo.

Ocorre também uma relativa equivalência entre deidades femininas e masculinas, embora as masculinas mostrem sinais de predominância a medida que o sistema de crenças se torne mais mundano, características de uma fase mais racional e técnica onde muitas vezes a religião politeísta caminha junto com filosofias da natureza.

É sempre nesse estágio também que as sociedades desenvolvem escrita, ou pelo menos passa a utilizar símbolos abstratos e códigos visuais mais elaborados, no caso do politeísmo asiático, egípcio e europeu por exemplo, evoluiu para um sistema de escrita complexo.

Muitas destas religiões têm então, narrativas de seus mitos em forma escrita, mas tais não possuem o valor e a significância de uma Revelação propriamente dita.

Num estágio final tende a ocorrer o fenômeno da Monolatria, onde a adoração se concentra numa única divindade, o que pode ser o ponto de partida para o Monoteísmo.

MONOTEÍSMO

Chega um momento onde o Politeísmo está tão confuso, que parece forçar o "inconsciente coletivo", ou a "intuição global" a buscar uma nova forma de crença. Alguém precisa pôr ordem na casa, surge então um poderoso Deus que acaba com a confusão e se proclama como o Único soberano. Acabam-se as adorações isoladas e hierarquiza-se rigidamente as deidades, de modo a se submeter toda a autoridade do universo a um ente máximo.

O MONOTEÍSMO não é a crença em uma única divindade, mas sim a soberania absoluta de uma. A própria teologia judáico-cristã-islâmica adota hierarquias angélicas que são inclusive encarregadas de reger elementos específicos da natureza.

Um elemento que caracteriza mais claramente o MONOTEÍSMO mais específico, Zoroastrista, Judáico, Cristão, Islâmico e Sikh, é antes de tudo a ausência ou escassez de representações icônicas do Deus supremo, e sua desatribuição parcial de qualidades humanas, nem sempre bem sucedida. Já as entidades secundárias são comumente retratadas artisticamente.

A própria mitologia grega através da Monolatria, já estaria a dar sinais de se dirigir a um monoteísmo similar ao que chegou a religião Hindu, ou a egípcia com a instituição do deus único Akhenaton, embora ainda impregnadas fortemente de Politeísmo a até de reminiscências Panteístas no caso do Bhramanismo. Zeus assomava-se cada vez mais como o regente absoluto do universo. Entretanto um certo obstáculo teológico impedia que tal mitologia atingisse um estágio sequer semi-Monoteísta. Zeus é filho de Chronos, neto de Urano, essa descendência evidencia sua natureza subordinada ao tempo, ele não é eterno ou sequer o princípio em si próprio, que é uma característica obrigatória de um Deus Uno e absoluto como Bhraman ou Jeová.

Um fator complicador é que todas essas religiões apesar de seu princípio Uno, são também Dualistas, pois contrapõem um deus do Bem contra um do Mal. Entretanto não se presta "Sob Hipótese Alguma!", qualquer culto ao deus maligno, como ocorre nas Politeístas. Saber se o deus maligno está ou não sujeito afinal ao deus supremo é uma discussão que vem rendendo há mais de 3.000 anos.

Diferente do estado Panteísta original não ocorre harmonia entre os opostos, e um deles passa a ser privilegiado em detrimento do outro. Sendo assim onde antes ocorria a divinização dos aspectos Masculinos e Femininos do Universo, e a sacralidade da união, aqui ocorre a associação de um com o maligno, fatalmente do elemento Feminino uma vez que todas as religiões monoteístas surgiram na fase patriarcal da humanidade.

O Bhramanismo sendo o mais antigo, ainda conserva qualidades tais como veneração a manifestações femininas da divindade, não condena a relação sexual e ainda detém a crença reencarnacionista que é uma quase constante no Panteísmo. Do Politeísmo guarda toda um miríade de deuses personificados, com estórias bastante humanas que envolvem conflitos e paixões. Mas a subordinação a um Uno supremo, no caso representado pela trindade Bhrama-Vinshu-Shiva, é clara. O panteão anterior Hindu foi completamente absorvido pelo monoteísmo Bhraman, e conservou até mesmo a deusa Aditi, que outrora fora a divindade suprema.

Já os monoteísmos posteriores, mais afastados do fenômeno panteísta, entram em choque mais evidente com o Politeísmo que geralmente está em estado caótico. Ocorre um abafamento da religião anterior pela nova e seu caráter patriarcal e associado a violência, especialmente a partir do Judaísmo, se impõe de forma opressiva. As divindades femininas são erradicadas ou demonizadas, sendo então obrigatoriamente associadas ao elemento maligno do universo. Esse fenômeno acompanha a queda da condição social feminina na sociedade.

Embora as teologias monoteístas, especialmente na atualidade, se esforcem para afirmar o contrário, o deus único Hebreu, Cristão e Islâmico, basicamente o mesmo, assim como o do anterior Zoroastrismo e posterior Sikhismo, são nitidamente masculinos, aparentemente renegando o aspecto feminino divino do universo, mas na verdade o absorvendo, uma vez que ao contrário de deuses "supremos" Politeístas como Zeus, Osíris e Odin, eles são carregados de atribuições de amor e compaixão, embora ainda conservem sua Ira divina e seus atributos violentos, o que resulta em entidades complexas, que possuem aspectos paternos e maternos simultâneamente.

Tal como a própria emocionalidade, esse é o período mais contraditório da evolução do pensamento Teológico. Apesar de estar sob o domínio de uma característica de predominância subjetiva, é o momento onde as sociedades se mostraram paradoxalmente mais androcráticas. Os elementos femininos são absorvidos pelo Deus Único dando a ele o poder de atrair e seduzir as massas pela sua bondade, mostrando sua face benevolente, mas por outro lado a espada da masculinidade está sempre pronta a desferir o golpe fatal em quem se opuser a sua soberania.

Tal união, confere aos deuses monoteístas um poder supremo inigualável, e tal contradição, tal desarmonia intrínseca, resultou não por acaso no período religiosamente mais violento da história. As religiões monoteístas, especialmente o trio Judaísmo-Cristianismo-Islamismo, são as mais intolerantes e sanguinárias da história.

ATEÍSMO

As religiões aqui caracterizadas como Ateístas negam simplesmente a existência de um Ser Supremo central, que tudo tenha criado e a tudo controle, e talvez seja nesse grupo que se sinta mais radicalmente a ruptura entre Ocidente e Oriente, mas basicamente o Ateísmo religioso tende a funcionar da seguinte forma.

Se o Monoteísmo tenta acabar com o "pandemonium" Politeísta e estabelecer uma nova ordem por algum tempo, acaba por também se mundanizar. As autoridades religiosas interferindo fortemente na política e na estruturação social, enfraquecem como símbolos transcendentes. A inflexibilidade fundamentalista do sistema se revela injustificável ante a problemática social e as conquistas e descobertas filosóficas e científicas e num dado momento o sentimento de descrença é tal que deixa-se de acreditar num deus. Surge o ATEÍSMO.

Esse é o ponto crucial, a razão pela qual de fato não acredito que existam Ateus no sentido mais profundo do termo, no máximo "agnósticos".

Geralmente o ateu não é aquele que desacredita do "invisível", de qualquer forma de Téos, mas sim o que descrê dos deuses personificados e corrompidos. Afinal até o mais materialista e cético dos cientistas trabalha com forças invisíveis! Fenômenos da natureza ainda inexplicáveis.

Gravitação Universal, Lei de Entropia, Mecânica Quântica e etc. não podem ser vistas! Apenas seus efeitos. Tal como sempre se alegou com relação aos deuses.

No que se refere a uma visão do Princípio, não creio fazer diferença acreditar que um corpo é atraído para o centro da Terra por uma força invisível da natureza ou pela vontade de um deus também invisível. Há apenas uma maior compreensão racional do fenômeno, com maiores resultado práticos, mas de um modo ou de outro, a explicação possui um certo caráter de fé, tão racionalmente satisfatório para o cientista quanto para o religioso, capaz de explicar com clareza o funcionamento do mundo e mesmo quando isso não ocorre, admiti-se como mistérios divinos, ou causas científicas ainda desconhecidas.

No caso do Oriente, o Ateísmo religioso surge principalmente na Índia, sob a forma do Budismo e do Jainísmo, e na China, sob o Taoísmo e o Confucionismo. Todas essas religiões possuem textos base com certo grau de respeitabilidade mística ou filosófica, mas o grau de liberdade com que se pode reinterpretar ou mesmo discordar destes textos é incomparável em relação aos livros sagrados Monoteístas.

E nesse nível que muitas posturas passam a ser desconsideradas como religiões, sendo tidas em geral como filosofias. No Ocidente, tal movimento ocorreu também na Grécia Antiga, através de Filósofos da Natureza que estabeleciam como princípio primário universal alguma "substância" completamente impessoal. Mais especificamente, Aristóteles colocava o MOTOR IMÓVEL como o princípio primário, e PLOTINO, estabelecia o UNO. Porém essa breve ascensão do Ateísmo filosófico e científico ocidental foi logo minada pelo sucesso do Monoteísmo cristão.

O Ateísmo no Ocidente só surgiu novamente após a renascença, no Iluminismo, onde outras formas filosóficas se desenvolveram, mas a mistura destas com os Neo Panteísmos e o avanço científico em geral resulta num quadro difícil de se diferenciar.

Mas o ponto mais complexo na verdade, e que Ateísmo e Panteísmo se confundem.

Religiões ATEÍSTAS e NEO-PANTEÍSTAS

As religiões Ateístas não crêem numa entidade suprema central, mas pregam a interdependência harmônica do Universo, da mesma forma que o Panteísmo.

Pregam a harmonia dos opostos como Yin e Yang, da mesma forma que a harmonia entre a Deusa e o Deus no Panteísmo, e constantemente adotam um posição de neutralidade em relação aos eventos.

Provavelmente não por acaso TAOÍSMO e BUDISMO são as mais avançadas das grandes religiões num sentido metafísico, racional e mesmo científico. São imunes a contestação racional pois seus conceitos trabalham num plano mais abstrato mas ao mesmo tempo capaz de explicar a realidade, e fartos de paradoxos escapistas, sendo extremamente mais flexíveis que as religiões monoteístas por exemplo. Não há casos significativos de atrocidades cometidas em nome destas religiões em larga escala como as monoteístas ou nas politeístas monolátricas.

Porém, barreiras intransponíveis impedem que essas religiões sejam nesse esquema de divisão, classificadas como Panteístas. TAOÍSMO e CONFUCIONISMO que são chinesas equanto o BUDISMO e o JAINISMO Indianos, são religiões letradas. Possuem seus escritos fundamentais como os Sutras Budistas, o Tao Te-King Taoísta e os Anacletos Confucianos e os textos dos Tirthankaras Jainistas. Todas possuem seus mentores, Buda, Lao-Tsé, Confúcio e Mahavira. E todas são muito desenvolvidas filosoficamente, por vezes sendo consideradas não religiões, mas filosofia. Todas essas características inexistem no Panteísmo primitivo.

Portanto isso me leva a classificá-las como RELIGIÕES ATEÍSTAS, por declararem a inexistência de um Ser Supremo. Pelo contrário, o TAO ou o NIRVANA, o centro de todo o Universo segundo o Taoísmo e Confucionismo, e o Budismo, são uma espécie de Vazio, um Não-Ser.

Já o Neo-Panteísmo possui sim seus textos. É o caso do Espiritismo Kardecista, do Bahaísmo, do Racionalismo Cristão e etc. Embora muitos insistam em negar-se como Panteístas se inclinando para o Monoteísmo, porém uma série de fatores a distanciam muito deste grupo. Tais como:

A ênfase atenuada dada ao livro base da doutrina, que embora seja uma revelação, não tem o mesmo peso dogmático e em geral se apresenta de forma predominantemente racional. A postura passiva e não proselitista, e muito menos violenta, do Monoteísmo tradicional. A caraterização de seu fundador que mesmo sendo dotado de dons supra-naturais, não reivindica deificação e nem mesmo reverência especial. E o mais importante, diferenciando-as principalmente do Monoteísmo "Ocidental", o tratamento totalmente diferenciado dado a questão da existência do "Mal". Esses são alguns exemplos que tendem a afastar essas novas religiões, que prefiro agrupar na categoria Neo-Panteísmo, do grupo das Monoteístas.

PANTEÍSMO

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Deus é Tudo
POLITEÍSMO

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Deus é Plural
MONOTEÍSMO

=>

Deus é Um
ATEÍSMO

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Deus é Nada


Evidentemente, afirmar que DEUS é TUDO é muito similar a afirmar que é NADA. O ZERO é tão imensurável e incalculável quanto o INFINITO. Eles não podem ser medidos ou divididos, assim como não se divide por eles.

Vale lembrar que não se pode também rotular tal ou qual religião como meramente Pan, Poli ou Monoteísta. Muitas passaram pelas várias fases nem sempre de maneira perceptível e consensual. O próprio Budismo tem várias escolas bastante diferentes entre si, e mesmo o Cristianismo tem suas variantes com direito a reencarnação e sexo tântrico, e cujas atribuições de Deus o afastam das características monoteístas. Mas o processo macro, inconsciente, me parece ser esse! O de fases "psicohistóricas" que vão na forma:

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Outro ponto importante é que jamais uma dessas formas religiosas deixou de existir totalmente, principalmente na atualidade onde a intolerância religiosa não é mais "tolerada" na maior parte do mundo. Esses tipos de religiões se misturam e se confundem, o que explica porque qualquer tentativa de se classificar as religiões é tão complexa.

Até mesmo essa divisão esquemática apresenta problemas, como a notável diferença entre o Monoteísmo "Ocidental", Judaísmo-Cristianismo-Islamismo, fortemente interligadas, o Monoteísmo Oriental, Hindu, Bhramanismo e Sikhismo, e o sempre complexo Zoroastrismo, de características fortemente Maniqueistas, o que viria por vezes a suscintar a questão de se o Maniqueísmo, que tem forte influência sobre o Gnosticismo e o Catolicismo, poderia ser considerado Monoteísta.
SÍMBOLOS



O mantra sagrado "OM" ou "AUM" Hindu. Representa o "Som" primordial.



A Roda do DHARMA budista, ou "Roda da Vida".



O Tei-Gi do Taoísmo. Simbolizando a interdependência dos princípios universais Yin e Yang.



A estrela de Davi. Um dos símbolos do Judaísmo e do estado de Israel.



A cruz do Cristianismo. Encruzilhada entre o material e o espiritual.



A Lua e Estrela Muçulmana, oriunda de um dos mais antigos estados a adotar o Islã.



Nenhuma religião em especial mas algumas igrejas protestantes costumam usar um livro como símbolo

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Religiao Espírita
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religião umbanda

Há de se entender, antes de qualquer explicação, que a UMBANDA é uma religião, ou seja, é composta de elementos Divinos (Orixás e Guias); Doutrinários (linhas de atuação, reencarnação, lei do karma, atuação e direcionamento dos médiuns, assistenciados e guias, ...; Princípios (amor, caridade, respeito ao próximo, fé, ...); Rituais (abertura e encerramento das sessões, pontos cantados, feituras, ....); Místicos ( a forma de atuação dos Orixás e Guias); Divinatórios ( jogo de búzios, ... ) Humanos ( seus médiuns, Babás, Babalorixas, Sacerdotes, ...).

Cabe salientar que esses elementos são variáveis e podem ser vistos com mais ou menos intensidade de acordo com a linha doutrinária da casa ( Linhas doutrinárias ou Escolas Doutrinárias ). Como são muitas as ramificações e suas formas, isso torna difícil agrupá-las em suas peculiariedades, ritos, doutrina, fundamentos, filosofia, práticas. Pretendemos olhar de maneira geral os elementos mais comuns a cada ramificação dentro do possível.

A UMBANDA é uma religião de cunho espiritualista (contato e/ou interferência de espíritos, manipulações magísticas, práticas de cura através dos espíritos e/ou ervas/poções/conjuros, utilização de elementos ou instrumentos místicos)/mediúnica (instrumento pelo qual a prática religiosa se faz presente, especificamente, a incorporação) que agrega elementos de bases africanas (culto aos Orixás e ao espírito dos antepassados: Pretos-Velhos), indígenas (Caboclos), que recebeu influência oriental (indiana, inerente à reencarnação, o kharma e o dharma), e adquiriu elementos do cristianismo (judaísmo) como a caridade, o auxilio ao próximo e outros ditos por Jesus Cristo que no sincretismo religioso (associação dos Santos Católicos aos Orixás africanos) consideramos como o Orixá Oxalá.

Origem;

Os Fundamentos;

O Culto Umbandista;

Os Médiuns;

Enquetes (resultados e votação) ;



Origem:

Existem algumas versões para a origem da Umbanda.

Tentaremos mostrar uma face dessa origem, salientando que não importa as formas variáveis da origem, e sim, como ela atua e o que têm em comum: sua essência.

O início do movimento Umbandista se coloca entre a primeira e a segunda metade do século XIX, junto ao candomblé.

Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os Santos católicos. Em meio a essas comemorações eles começaram a incorporar espíritos ditos Pretos-Velhos (reconhecidos como espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás, Yalorixás e antigos "Pais e Mães de senzala": escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África) que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material, àqueles que estavam no cativeiro.

Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção.

Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros.

Em alguns Candomblés também começaram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestral e passaram a ser louvados. O exemplo disso são os ditos "Candomblés de Caboclo". Muito comuns no norte e nordeste do Brasil até hoje.

No início do sec. XX surgiram as Macumbas no sudeste do Brasil, mas precisamente no Rio de Janeiro (sendo que também existiam em São Paulo) que mesclavam ritos Africanos, um sincretismo Afro-católico e outros mistos magísticos e influências espíritas (kardecistas). Isso era feito isoladamente, por indivíduos e seus guias, ou em grupamentos liderados pelo Umbanda ou embanda que era o chefe de ritual.

De certa forma, com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava no catolicismo, protestantismo, judaísmo ou no espiritismo, era considerado macumba. Virou um termo pejorativo e as pessoas que a praticavam, o que podemos rotular como uma "Umbanda rudimentar", não estavam muito interessadas ou preocupadas em dar-lhe um nome. Porém, o termo Umbanda já era utilizado dentro de uma forma de culto ainda meio dispersa e sem uma organização precisa como vemos hoje.

A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda.

UMBANDA: Banto - Kimbundo = arte de curar.

Segundo Heli Chatelain, tem diversas acepções correlatas na África (ref.: Cultura Bantu):
1 - A faculdade, ciência, arte, profissão, negócio:
1a) de curar com medicina natural (remédios) ou sobrenatural (encantos);
1b) de adivinhar o desconhecido pela consulta à sombra dos mortos ou dos gênios, espíritos que não são humanos nem divinos;
1c) de induzir esses espíritos humanos que não são humanos a influenciar os homens e a natureza para o bem ou para o mal;

Com o passar do tempo a Umbanda foi se individualizando e se modificando em relação ao candomblé, ao Catolicismo e ao Espiritismo. Através dos Pretos-Velhos e Caboclos, que guiaram seus "cavalos" (médiuns), a Umbanda foi adquirindo forma e conteúdo próprios e característicos (identidade cultural e religiosa) e que a difencia daquela "Umbanda rudimentar" ou Macumba.

A incorporação de guias de Umbanda também ocorreu em outras religiões além do Candomblé, como foi no caso do espiritismo. Em 1908, na federação espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina).

As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.

Zélio foi o precursor de um "trabalho Umbandista Básico" (voltado à caridade, assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorisando o bem), uma forma "básica de culto" (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às Umbandas mais africanas - Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos-; ou aquelas formas mais vinculadas ao espiritismo - Umbanda Branca-; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro - Umbanda de Caboclo -; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus - Gérard Anaclet Vincent Encausse -, esoterismo teosófico de Madame Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre - Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos.

Hoje temos várias ramificações da Umbanda que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.

Alguns exemplos dessas ramificações são:

· "Umbanda tradicional" - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes";

· "Umbanda Popular" - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos";

· "Umbanda Branca e/ou de Mesa" - Com um cunho espírita - "kardecista" - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas - "kardecistas - como fonte doutrinária;

· "Umbanda Omolokô" - Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;

· "Umbanda Traçada ou Umbandomblé" - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessoes diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;

· "Umbanda Esotérica" - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";

· "Umbanda Iniciática" - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito;

· "Umbanda de Caboclo" - influência do cultura indígina brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";

· "Umbanda de pretos-velhos" - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos;

· Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.



Os Fundamentos:

A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos:

Um Deus único e superior: Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus..

Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social.

Os Orixás.

Seres do Astral superior que representam a natureza e como esta atua e interage com os seres humanos.

Orixás: Oxalá, Omulu/Abaluaye, Xango, Ogum, Oxosse, Exu, Yemanjá ou Yemonjá, Nanã ou Nanã Boruque, Oxum, Oxumaré, Oba, Iansã, ...

Os Guias.

Espíritos de Luz e plenitude que vêm à Terra para ensinar e ajudar todas as pessoas, encarnadas e desencarnadas.

Guias: Pretos-Velhos, Caboclos, Boiadeiros, Africanos, Baianos, Marinheiros, Crianças, Orientais, Ciganos, Exus e Pomba-giras, ...

Os Espíritos (generalização).

Seres desencarnados que atuam de várias maneiras no mundo em que vivemos: maneiras positivas (são os Guias da Umbanda; os espíritos de Luz do Espiritismo - Kardecismo). Maneira negativa: espíritos maléficos ou perdidos (os Kiumbas - nome dado na Umbanda); obsessores ou espiritos sem Luz (nome dado no Espiritismo).

A Reencarnação.

Ato natural do cliclo de vida (vida - morte - renascimento); aperfeiçoamento do espírito e do proprío homem.

Consite na crença de que várias existências são necessárias para se chegar ao equilíbrio evolutivo e aos diversos planos da espiritualidade.

A origem dessa crença é indiana e penetrou em várias religiões ao longo dos séculos: Religiões Hindus, Budismo, Umbanda, Candomblé, Espiritismo etc

O Kharma.

Lei reencarnatória a qual todos estamos subordinados que dita a forma e os meios pelos quais será dado o retorno a um corpo material afim de resgatarmos nosso erros (de existências passadas) e fazer cumprir boas ações (na existência futura).

O Kharma, por vêzes, ultrapassa as barreiras temporais da materialidade fazendo com que o espírito cumpra sua passagem pela Terra não reencarnando, mas sim, como um Guia (Preto-Velho, Caboclo, etc; no caso da Umbanda). O qual tem como comprometimento, missão ou provação guiar e ajudar os seres humanos e outros espíritos.

Exemplo em termos genéricos do Kharma:

Uma pessoa A que por pura ganância e egoísmo prejudicou a vida de B colocando-a na sarjeta e levando-a a cometer atos espúrios e em conseqüência a morte, sendo que B morreu nutrindo um ódio muito grande por A que a prejudicou.

O Kharma que A poderia ter seria vir (reencarnar) como mãe de B. E B, por sua vez, poderia aceitar um Kharma de vir como filho deficiente de A, para que ambas pudessem cumprir seus Kharmas e evoluir e aprenderem juntas o sentido da solidariedade e do amor.

O Dharma.

De várias modos os Umbandistas, em geral, vêem o Dharma embutido dentro do Kharma e, por vêzes, fazem referências ao Dharma em formas de Kharma e vice-versa. Por isso, eu preferi fazer a referência ao Dharma em separado, mas resaltando que não há o Dharma sem o Kharma, mas que ambos têm seu próprio significado.

Lei de conduta na qual o espírito já encarnado, ou não, tangem sua existência, afim de cumprir seus Kharmas. Quando há a quebra do Dharma ou sua deturpação caímos em novos Kharmas.

Exemplo genêrico do Dharma:

Utilizando o exemplo acima, teríamos como Dharma de A o cuidado materno que ele teria que dar a B como seu filho, o comprometimento e a atenção.

Já o Dharma de B seria o respeito, a atenção e o carinho que ele teria que dar a A como sua mãe.

A Mediunidade.

O Dom dado por Deus às pessoas para que elas possam interagir com os espíritos, como instrumentos de difusão de força divina através da incorporação, da psicografia, da audição, da PES (Percepção Extra Sensorial), e de outras forma no sentido de, humildemente, servir a Deus e ajudando a todos que necessitem de caridade e no encontro da fé.

O Caminho (ele tem relação com o Dharma e com o Kharma).

Os Umbandistas crêem na caridade, no amor e na fé, como os elementos principais na evolução espiritual e material do Homem em seus vários estágios no Ciclo da vida.

A Umbanda não discrimina nenhuma religião, visto que todas, desde que alicersadas pelas mão divinas (e não por interesses econômicos e/ou mesquinhos e materialistas), são válidas na caminhada ao encontro da fé.

Cada pessoa, cada ser humano, deve procurar a Religião que mais o complete; com a qual se identifique nos seus fundamentos, preceitos, doutrina e rituais, ou meramente nos aspectos filosóficos e científicos.

Referências Africanas, Indígenas, Européias e Indianas.

A UMBANDA é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram siscretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada a concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio).

A UMBANDA prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião.

A máxima dentro da UMBANDA é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".



O CULTO UMBANDISTA

A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.

O chefe do culto no Centro é o Sacerdote [ a Babá (Sacerdote feminino) ou o Babalaô (Sacerdote masculino) ] que é quem coordena a gira e que irá incorporar o guia de luz que comandará a espiritualidade do local dos trabalhos. Normalmente, esse guia de luz, que comanda é um Preto-Velho ou Caboclo (varia de casa para casa, de linha doutrinária para linha doutrinária).

Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que tem o Caboclo como comandante seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo.

As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, ou cavalos. Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.

As entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:

· Orixás: Xangô, Ogum, Exu, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros.

· Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.

· Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local.



As sessões.



O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras.

Os dias da semana que acontecem as sessões variam de Centro para Centro. No nosso, elas se dão as segundas-feiras e as sextas-feiras.

Nas segundas, são feitas as sessões de consulta com Pretos-Velhos, onde as pessoas conversam com nossas entidades, afim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, desobsessões e para resolver problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nestas sessões são o "passe" e o "descarrego". No "passe", os Pretos-Velhos, rezam a pessoa energizando-a e retirando toda a parte negativa que nela possa estar. O descarrego, é feito com o auxílio de um médium de descarrego, o qual, irá incorporar o obsessor, ou captar a energia negativa da pessoa. Então, o Preto-Velho faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior; caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode-se pedir a presença de um ou mais Exus para auxiliar o Preto-Velho.

Nas sextas-feiras, ocorrem as giras de Caboclos, Boiadeiros, Orixás, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças e Exus. Nessas giras são feitos os desenvolvimentos dos médiuns do terreiro. Nelas, são cantados os pontos e tocados os atabaques. As giras de Marinheiros e Exus são festivas, e, além de serem feitos os desenvolvimentos dos médiuns, são realizadas consultas com esses guias. Existem terreiros onde, além dos Pretos-Velhos, Marinheiros e Exus, também os Caboclos e Boiadeiros dão consultas e trabalham com o descarrego e a desobsessão.



OS MÉDIUNS

Médium é toda pessoa com o Dom da incorporação, audição, fala, escrita, visão voltados ao contato com os espíritos e Orixás.

O médium tem como uma de suas missões na vida ser um instrumento nas mãos dos guias e Orixás. Ele deve ter e seguir, em sua vida, os conceitos de caridade, amor e fé, praticados dentro da Umbanda.

Para muitos é dado a entender que o médium sofre.

Ser médium na concepção maior, não é dor e sim provação. Pode-se dizer que a vida de quem é médium 24 horas por dia, 7 dias na semana, realmente não é fácil, mas não chega a ser castigo, como algumas pessoas entendem, e sim, como se pode dar em benefício do próximo, encarnado ou desencarnado.

Mas, existem médiuns que sofrem muito, realmente sofrem muito: por sua própria culpa, porque acham que os guias devem-lhes dar de tudo, ou se envaidecem, ou agem de maneira errada e leviana em suas vidas, ou não levam a sério a vida espiritual, ou por ignorância sentem vergonha da forma como se dá a incorporação e "prendem os Guias". Esses médiuns acabam sendo recriminados pelos seus Guias e Orixás, como alguns dizem: "tomando uma surra".

Existem aqueles médiuns que são como "pára-raios" das forças negativas, basta estar uma pessoa muito carregada no terreiro ou passar por perto de alguém que esteja com alguma demanda ou obsessor para começar a passar mal. Mas esses, com o tempo, vão aprendendo a se controlar com a ajuda dos Guias e acabam resolvendo o problema.

O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes. Nos dias de hoje, é difícil ser tudo isso, mas vale a pena e pode ser feito.

As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia a dia.

O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.

"Deve deixar, na medida do possível, seus problemas materias sempre do lado de fora do terreiro", ou seja, tentar entrar no terreiro com a cabeça mais arejada e limpa, fazendo com que haja uma divisão entre o material e o espiritual, embora eu saiba que deixar os problemas lá fora seja difícil, mas não é impossível.

O médium deve estar sempre atento as obrigações que ele deve fazer, todos os anos, para seu Orixá de cabeça (Orixá que rege sua vida e sua coroa, mente, do médium). Essa obrigação deve ser passada pelo Guia chefe do terreiro ou pela Babá do Centro.

Outra consideração importante com relação a mediunidade, e, ao terreiro, é que o médium deve abster-se de relações sexuais no dia das sessões. Pois isso, além de enfraquecer a energia psíquica, pode levar a falta de concentração e à dispersão no decorrer das sessões.

O sentido da religião espírita

O Espiritismo não é uma religião organizada dentro de uma estrutura clerical. Neste sentido, ele é profundamente diferente das religiões tradicionais. Não tem sacerdotes, nem chefes religiosos. Não tem templos santuosos. Não adota cerimônias de espécie alguma, como batismo, crisma, "casamentos", etc. Não tem rituais, nem velas, nem vestes especiais, nem qualquer simbologia. Não adota ornamentação para cultos, nem gestos de reverência, nem sinais cabalísticos, nem benzimentos, nem talismãs, nem defumadores, nem cânticos cerimoniosos (ladainhas, danças ritualísticas, etc.), nem bebida, nem oferendas, etc.
O culto espírita é feito no próprio coração. É o culto do sentimento puro, do amor ao semelhante, do trabalho constante em favor do próximo. Somente o pensamento equilibrado no bem nos liga a Deus e somente a prática das boas ações nos fazem seus verdadeiros adoradores. Assim, o Espiritismo procura reviver os ensinamentos de Jesus, na sua simplicidade e sinceridade, sem luxo, sem convencionalismos sociais, sem pompas, sem grandezas, pois, como nos recomendou o Mestre de Nazaré, Deus deve ser adorado "em espírito e verdade".
O Espiritismo é o consolador prometido por Jesus.
"Se vós me amais, guardai meus mandamentos; e eu pedirei ao meu Pai, e el vos enviará um outro consolador, a fim de que permaneça eternamente convosco: o Espírito de Verdade que o mundo não pode receber, porque não O vê e não O conhece. Mas, quanto a vós, vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Mas, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará, em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar de tudo aquilo que eu vos tenho dito. "(Jesus) - Evangelho de João, capítulo XIV, versículos 15-17 e 26.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

RELIGIÃO E COSTUMES NO JAPÃO

RELIGIÃO
No Japão, a Constituição garante liberdade de religião para todos, sendo que seu artigo 20 declara que "nenhuma organização religiosa receberá quaisquer privilégios do Estado, nem exercerá qualquer autoridade política. Nenhuma pessoa será forçada a participar de qualquer autoridade política. Nenhuma pessoa será forçada a participar de qualquer ato religioso, celebração, rito ou prática. O Estado e seus orgãos abster-se-ão da educação religiosa e de qualquer outra atividade religiosa".
A religião predominante noJapão hoje em dia é o budismo, que no final de 1985 tinha 92 milhões de seguidores. O cristianismo também está ativo; havia cerca de 1,7 milhão de cristãos no Japão em 1985. Entre as outras religiões, os mulçumanos contam comcerca de 155 mil seguidores, inclusive não-japoneses residindo temporariamente no país.
A religião nativa do Japão é o xintoísmo, que tem suas raízes nas crenças animistas dos japoneses ancestrais. O xintoísmo transformou-se numa religião da comunidade, com santuários locais para as famílias e deuses guardiães locais. Durante muitas gerações, o povo deificou os horóis e líderes de projeção de sua comunidade e cultuou as almas dos ancestrais de sua família.
Em um dado momento, o mito da origem divina da Família Imperial tornou-se um dos dogmas básicas do xintoísmo, e no início do século XIX um movimento xintoísta patriótico ganhou terreno. Após a Restauração Meiji em 1868, e em especial durante a Segunda Guerra Mundial, o xintoísmo foi promovido pelas autoridades como religião estatal. Entretanto, pela Constituição do pós-guerra, o xintoísmo não receve mais menhum estímulo ou privilégio oficial, embora ele ainda desempenhe um importante papel cerimonial em muitos aspectos d vida japonesa.
O xintoísmo existe lado a lado com o budismo, e às vezes o sobrepuja na mento do povo. Hoje em dia, muitos japoneses realizam ritos xintoístas quando casam, e passam por ritos fúnebres budistas quando morrem.
O budismo foi introduzido no Japão através da Índia e da Coréia, por volta da metade do século VI (oficialmente em 538 d.C). Após obter o amparo imperial, o budismo foi propagado pelas autoridades através do país. No início do século IX, o budismo japonês entrou em uma nova era, atraindo, principalmente, a atenção da obreza da corte. No período Kamakura (1192-1338), uma era de muita agitação política e confusão social, surgiram muitas seitas novas do budismo, que ofereciam a esperança de salvação tanto para os guerreiros como para os camponeses. O budismo floresceu não apenas como religião, mas também fez muito para enriquecer as artes e o saber do país.
Durante o período Edo (1603-1868), quando o férreo governo do xogunato gerou uma relativa paz e prosperidade e uma crescente secularização, o budismo perdeu grande parte de sua vitalidade espiritual, junto com o declínio do poder político e social dos mosteiros e templos budistas e da influência geral cultural da religião.
Pertencendo ao budismo Mahayana (o grande veículo) da Ásia oriental, o budismo japonês prega, em geral, a salvação no paraíso para todos, mais do que a perfeição individual, e existe uma forma bem diferente daquela encontrada em grande parte do Sudeste asiático. Todas as mais de cem seitas budistas do Japão de hoje pertencem ou têm suas origens nos principais ramos do budismo, que foram levados ou se desenvolveram no país na antigüidade: Jodo, Jodo Shin, Nichiren, shingon, Tendai e Zen.
Logo depois da Segunda Guerra Mundial, vários movimentos religiosos novos ganharam força, alguns deles baseados no xintoísmos, outros relacionados com certas seitas do budismo, e outros com uma orientação religiosa mista. Muitos desses movimentos realizam várias atividades sociais e culturais dentro de suas muito unidas comunidades religiosas; alguns também vieram a se engajar em atividades políticas de peso.
O cristianismo foi levado ao Japão pelo missionário jesuíta são Francisco Xavier, em 1549. Ele espalhou-se rapidamente na segunda metade desse século, uma era de guerras e comoção internas, e foi bem-recebido por aqueles que necessitavam de um novo símbolo espiritual, assim como também por aqueles que esperavam obter benefícios comerciais ou nova tecnologia ocidental, em especial as armas de fogo. Entretanto, após a unificação do país por volta do final do século XVI, as autoridades reprimiram todo o potencial de novas mudanças e proibiram o cristianismo, como religião subversiva à ordem estabelecida. O cristianismo continuou banido até a metade do século XIX, quando o Japão reabriu suas portas para o mundo. Entre os cristãos japoneses de hoje, os protestantes (981 mil seguidores) superam em número os católicos (457 mil). Os protestantes comemoraram o centenário da chegada de sua religião ao Japão em 1959.
Os japoneses encaram o confucionismo mais como um código de preceitos morais do que como uma religião. Introduzindo no Japão no começo do século VI, o confucionismo exerceu um grande impacto no pensamento e comportamento do japoneses, mas sua influência diminuiu após a Segunda Guerra Mundial. 


EVENTOS ANUAIS
Climaticamente, o Japão é um país co quatro estações distintas, e muitos eventos anuais estão associados às mudanças da estação. 


Ano Novo
Os japoneses comemoram com grande fervor a passagem de um ano e a chegada do ano novo. O período de momemoração é chamado de shõgatsu, que em seu sentido mais amplo refere-se ao primeiro mês do ano. A primeiro de janeiro, as famílias se reúnem para beber um tipo especial de saquê, o qual acredita-se que garante uma vida longa; tomam um tipo especial de sopa, que contém bolo de arroz glutinoso; e em geral apagam as lebranças amargas que estaram do ano anterior.
As pessoas decoram as entradas de suas casas com ramos de pinheiro e grinaldas de palha, que simbolicamente impedem a entrada de qualquer coisa impura. Também visitam santuários para rezar pela boa sorte no ano vindouro e as casas de parentes e amigos pra trocas saudações de Feliz Ano Novo. Hoje em dia, muitas crianças passam os feriados absorvidas em jogos de computador, mas ainda existe um bom número que, desfruta os divertimentos tradicionais do Ano Novo como o jogo de raquete, o pião, soltar pipa e o sugoroku, a versão japonesa do gamão. As comemorações do Ano Novo são o maior evento do calendário no Japão, e todas as empresas e repartições do governo ficam fechadas durante os três primeiros dias do ano. 


Setsubun
No passado, a palavra setsubun referia-se a qualquer das várias mudanças de estação do velho calendário, mas hoje em dia ela faz alusão específica a 3 ou 4 de fevereiro, o começo tradicional da primavera. No velho calendário, o primeiro dia da primavera assinalava o início do Ano Novo, e o dia anterior, ou setsubun, representava o dia final do velho ano. A maneira tradicional de se comemorar esse dia é espalhando feijões pela casa para repelir os maus espíritos. 


Festa das Bonecas
A Festa das Bonecas, ou hina matsuri, ocorrre a 3 de março, quando as famílias que têm meninas fazem uma exposição de bonecas, que representam a antiga corte imperial, e comemoram bebendo um tipo especial de saquê branco e adocicado. 


Dia das Crianças
O quinto dia do quinto mês tem sido comemorado na China e no Japão desde a antiqüidade. Em 1948, o dia 5 de maio foi transformado em feriado nacional no Japão. Embora ele seja chamado de Dia das Crianças, é na verdade dedicado, apenas aos garotos. As famílias que têm meninos penduram do lado de fora das casas flâmulas que representam carpas como símbolos de força, fezem exposições de bonecos do samurai e armaduras do lado de dentro, e comemoram comendo bolos especiais de arroz. 


Festival Tanabata
Comemorado a 7 de julho, ou a 7 de agosto em alguns lugares, o Festival tanabata tem suas origens na lenda folclórica chinesa sobre o ramântico encontro de duas estrelas que ocorre uma vez ao ano: a estrela Vaqueiro(Altair) e a estrela Tecelã(Vega). Nesse dia de festa, o povo escreve seus desejos em tiras de papel colorido, que são armarradas em ramos de bambu. 


Festival Bon
O Festival Bon ocorre tradicionalmente durante vários dias por volta de 15 de julho no calendário lunar, quando se acredita que as almas do mortos retornam a seus lares. Esses dias ficam com mais freqüencia em torno do 15 de agosto. Muitas pessoas viajam de volta as suas cidades natais nessa época do ano, a fim de visitar os túmulos de parentes. Durante esse festejo, as pessoas instalam lanternas para guiar as almas na ida e volta as suas casas, oferecem comida para os mortos e se divertem com um tipo especial de dança chamada bon odori. Muitas vezes as lanternas descem os rios flutuando.
Também é uma tradição budista as pessoas reverenciarem os túmulos de seus parentes durante o equinócio da primavera, por volta de 21 de março e no equinócio do outono, em torno de 23 de setembro.


FESTIVAIS LOCAIS
O Japão tem uma longa tradição de fazer festivais para convidar e recever os deuses, para banquetear-se e comungar com ele. Muitos desse eventos, como o Festival Gion em Kyoto e o Festival Okunchi em Nagasaki, realizam desfiles coloridos com suntuosos carros alegóricos e outros adornos. Muitas vezes os bairros comerciais competem entre si durante esse festejos, com a apresentação de espetáculos suntuosos. 


Festivais Agrícolas
Desde o período Yayoi (de cerca de 300 a.C a 300 d.C), a agricultura em terra alagadas formou a base para a produção de alimentos no Japão, e muitas festividades estão relacionadas com a produção agrícola, em especial o cultivo de arroz.
Os ritos xintoístas do Ano Novo era originalmente festivais nos quais as pessoas rezavam por uma colheita abundante no ano seguinte, e os festivais do plantio de arroz e outros dos arrozais em terra alagada que ainda são realizados no Japão também envolvem orações por uma boa colheita. Meninas vestidas com quimono, com as mangas amarradas às costas com faixas vermelhas , plantam o arroz, enquanto, ao lado, músicos tocam tambores, flautas e sinos. A dança tradicionalmente relacionada com esses festejos evoluiu aos poucos até tornar-se parte do teatro nô.
No outono são realizados os festivais da colheita e os primeiros frutos dos arrozais são oferecidos aos deuses. Nas aldeias rurais, toda a comunidade comemora o festival do outono, e em muitos lugares carros alegóricos carregando deuses simbólicos desfilam pelas ruas. No Palácio Imperial o imperador desempenha o papel de presentear os deuses com oferendas de novos grãos e frutos. 


Festivais de Verão
Enquanto são feitos muitos festivais de primavera para rezar por uma boa sefra e festivais de outono para dar graças pela colheita, muitos festivais de verão têm o objetivo de repelir as doenças. Dos três festivais mais importantes do Japão - o Festival Gion em Kyoto, o Festival Tenjin em Osaka e o Festival Kanda em Tóquio - , tanto o Gion como o Tenjin são festejos desse tipo.
O Festival Gion de 17 de julho, famoso pelos 32 carros alegóricos que desfilam pelas ruas,era, em suas origens, o festival de um culto espiritual, que teve inúmeros seguidores desde o período Heian (794-1192) até a Idade Média. Os seguidores desse cutlo acreditavam que as desgraças e epidemias era causadas pelos espíritos de pessoas poderosas, que tinham morrido deixando rancores. As epidemias ocorriam, com freqüencia, no verão, de modo que a maioria dos festivais de verão visava aplacar os espíritos que causavam essas epidemias.
No Festival Tenjin, que também tem sua origem em um culto espiritual, um grande número de carros alegóricos com tambores e bonecos segue barcos que carregam alegorias coloridas e descem os rios de Osaka. 


Outros Festivais Importantes
Um dos maiores festivais de verão do Japão e que todos os anos atrai muitos turistas é o Festival Nebuta, que é realizado no início de agosto em Aomori e em outros lugares do nordeste japonês. Ele se caracteriza por desfiles noturnos com imensos carros alegóricos de papel iluminados por dentro e que representam personalidades populares do passado e do presente. Dizem que a festa tem suas origens em um ritual que se acreditava que espantava a preguiça, já que se supõe que a palavra nebuta derive da palavra japonesa que significa sonolência.
O Festival Okunchi, que é realizado em outubro, em Nagasaki, é um festival de colheita famoso por sua dança do dragão, que originou-se na China. Nele desfilam pela cidade carros alegóricos que representam os navios mercantes do período Edo, baleias esguichando água e outros símbolos. 


Feriados Nacionais
Primeiro de janeiroDia do Ano Novo
15 de janeiroDia da Maioridade
11 fevereiroComemoração da Fundação do País
Em torno de 21 de marçoDia do Equinócio da Primavera
29 de abrilDia da Verdura
3 de maioDia da Constituição
Primeiro de janeiroDia do Ano Novo
5 de maioDia da Criança
15 de setembroDia do Respeito aos Idosos
Por volta de 23 de setembroDia do Equinócio do Outono
10 de outubroDia da Saúde e Esportes
3 de novembroDia da Cultura
23 de novembroDia da Ação de Graças pelo Trabalho
23 de dezembroAniversário do Imperador